segunda-feira, 29 de abril de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A infância e os efeitos de uma ação de marketing digital

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Usar uma criança em uma ação de marketing, com o objetivo de “viralizar” a campanha, não é um ato sem maiores conseqüências. Carla Rabelo, publicitária, especialista em comunicação e infância, e pesquisadora da área de Defesa do Alana, traz uma importante reflexão sobre o tema.


Os responsáveis pelo marketing do produto Omo lançaram recentemente uma campanha publicitária utilizando a menina Julie, conhecida por protagonizar tutoriais de maquiagem na internet – fato que gerou diversos comentários. Se antes os tutoriais poderiam até ser compreendidos como uma brincadeira, agora a ação virou trabalho. Com apenas 4 anos, Julie “empresta” sua criatividade e inocência de criança para a marca Unilever, transformando-se numa garota-propaganda precoce de um produto saneante.

Como bem exposto nos livros de marketing e comportamento do consumidor, sabe-se que o uso de crianças em anúncios gera efeitos simpáticos, amistosos ou carinhosos no público-alvo da campanha. Por isso tantos comentários seguem o modelo estímulo-resposta, sem pensar, apenas reagir de imediato, não percebendo as regras do complexo jogo que envolve, entre outros temas, a infância. Essa manobra é recorrente e cada vez mais ganha espaço na categoria dos produtos de limpeza que, aliás, são tóxicos. Vale lembrar a advertência obrigatória exposta na embalagem do produto: “mantenha fora do alcance das crianças”.

Ações de marketing digital como essa são pensadas como uma campanha viral, que pode ser por meio de disseminação de vídeos ou ainda acionando diversas blogueiras para que “falem bem” do tema. Primeiramente, tudo é orquestrado para ganhar um tom de que as pessoas compartilharam porque gostaram… No entanto, o que está por trás é o compartilhamento mediante pagamento - um trabalho terceirizado. E como toda moda de comportamento digital, muitas pessoas observam outras falando do assunto e seguem a onda do buzz marketing ou boca-a-boca.

Nesse ínterim, a criança aparece como o elemento cativante que atrai e repercute, mas pouco é observado sobre os efeitos que isso causa nela, como a hiperexposição, futilidade, privações, entre outros. A publicidade invade a infância - seja para anunciar brinquedos, fast food ou sabão em pó.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Indicação de leitura para pais e educadores


Nos nossos grupos de estudo quinzenais no CLIC!, lemos dois livros literários que julgamos serem boas sugetões para pais e educadores se deliciarem com uma leitura prazerosa. Atavés do olhar de crianças, os livros nos transportam para o mundo delas e, ao mesmo tempo, provoca questionamentos quanto às nossas atitudes no dia-a-dia com a meninada.

Espero que gostem, Letícia


Quando eu voltar a ser criança
Janusz Korczak - Editora Summus
  

Capa




Momo e o Senhor do Tempo
Michael Ende - Editora Martins Fontes

Livro - Momo E O Senhor Do Tempo

terça-feira, 26 de junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sobre o consumismo

Em outros textos postados neste blog já havia escrito sobre o consumismo, mas volto ao tema, pois sempre está batendo à nossa porta e pode gerar, na infância, graves conseqüências como: obesidade,  violência,  erotização precoce,  materialismo e a crença de que ter é mais importante que ser.
Consumimos, todo o tempo, além de bens materiais, idéias que nos são vendidas e que passamos a acreditar que são reais, ou seja, acreditamos necessitar consumir o produto que nos vendem, seja ele um livro, uma aula especializada para nossos filhos ou um destino para as próximas férias.
A força das propagandas é tão grande que muitas vezes deixamos de analisá-las criticamente e somos facilmente conduzidos pelo que estão nos vendendo. Acreditamos na necessidade inventada pelo comércio e conduzimos nossas vidas e organizamos nossa rotina para conseguirmos comprar estes produtos.
Nossos filhos são levados com mais facilidade pela onda de consumo e o pior, sem a possibilidade de fazer crítica, devido a pouca idade e falta de recursos.
Para ilustrar a grande oferta de produtos que temos hoje em dia, um simples exemplo: quando era criança, lembro-me de escolher entre Coca-Cola, Guaraná Antártica e Fanta. Hoje em dia, se vamos pedir uma simples Coca o garçom nos pergunta: ligth, diet, lemon, normal ou plus?
Quando se trata da educação de crianças, é oferecida aos pais, desde a gestação até completar a universidade, uma infinidade de “necessidades indispensáveis à boa educação”, que os envolvem facilmente.
É comum acreditar na necessidade de todos, nos aparatos tecnológicos oferecidos, nas milhões de formas de estimulação precoce, nas infinitas aulas especializadas que farão com que os filhos sejam bem desenvolvidos, além de tantas condutas que vendidas a fim de transformar o casal em bons pais. Será? Mais uma vez me pergunto (e a vocês também), é necessário olhar para fora? É necessário buscar tudo isto do lado de fora de nós mesmos? Concordo com quem diga que o mundo caminha, que precisamos conhecer e avaliar outras perspectivas e acompanhar o andamento da ciência, mas isto é diferente do consumismo exacerbado.
Estamos nos acostumando a colocar coisas materiais no lugar das relações afetivas. Hoje em dia as crianças não sabem o que têm em sua casa para brincar de tantos brinquedos que possuem; estão constantemente insatisfeitas, têm extrema dificuldade em lidar com a frustração, não conhecem o significado da palavra persistência, têm muito trabalho para envolver-se por um período de tempo maior em determinado assunto e costumam tratar seus amigos como têm feito com os objetos que ganha: de maneira descartável. Vejo estas atitudes como conseqüência da onda de consumismo que assola nossos tempos.
Há atitudes muito importantes para o desenvolvimento saudável do ser humano e posso citar algumas: amizade, perseverança, envolvimento, esforço, capacidade de solucionar problemas, tolerância e muito mais. Se queremos colocar no mundo pessoas saudáveis e produtivas, precisamos repensar nossas atitudes em relação ao consumo exacerbado!   
Dri